Uma plataforma online inovadora para o ensino e aprendizagem da Matemática está por trás de uma das propostas de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) que conseguiram êxito na seleção final do Projeto Centelha no Rio Grande do Norte, iniciativa promovida pelo Sebrae. A ideia foi personificada na criação da Game Mind, empresa pré-incubada na Inova Metrópole, e tem seu alicerce nos conhecimentos gerados pelos pesquisadores Samanta Aires, Gisélia Santos e Nathanael Nascimento, as duas cursando mestrado no Programa de Pós-graduação em Inovação em Tecnologias Educacionais (PPgITE), enquanto que Nathanael é aluno de graduação do Bacharelado em Tecnologia da Informação (BTI).
“A plataforma disponibiliza jogos digitais para demonstrar na prática, de forma clara, objetiva e lúdica, como os conceitos se apresentam no mundo real por meio dos cenários simulados no mundo virtual. Ela visa o desenvolvimento de competências e habilidades em resolução de problemas, seguindo as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular, tendo como meta a formação de profissionais pensantes e preparados para o futuro. Se diferencia das soluções existentes no mercado por propor a simulação prática da Matemática no mundo instigante dos jogos digitais, associada a um modelo de formação de professores adaptado às demandas da nova geração. Tem como potenciais clientes as escolas, os professores, os pais e os alunos”, contextualizou o gestor estratégico da empresa, Charles Andrye Galvão Madeira.
Professor da UFRN e orientador dos três estudantes, ele contou que a Game Mind é a primeira participação em empresa para a maior parte dos envolvidos, inclusive para ele. Frisando que a expectativa é alta e motivadora, ao mesmo tempo em que situa que a plataforma se encontra em fase já de desenvolvimento, o docente do Instituto Metrópole Digital (IMD) listou ainda etapas importantes na construção da iniciativa, como os trabalhos de pesquisa e pós-graduação, desenvolvimento de produto que recebeu premiação nacional e serviu como base da proposta da empresa, o ingresso na incubadora Inova Metrópole e, recentemente, a aprovação em 2º lugar no edital do Centelha.
Por sua vez, o grupo pontua que a proposta da startup é de oferecer inicialmente o produto em território nacional, mas devido a Matemática ser uma linguagem universal, os pesquisadores têm em mente a possibilidade de uma futura extensão do negócio para outros países. Porém, ao falar especificamente sobre o cenário brasileiro, explicaram que as escolas brasileiras sofrem com o baixo desempenho dos alunos em Matemática, com apenas menos de 10% destes apresentando um nível satisfatório ao final do ensino médio.
“Isso gera sérios problemas de baixa qualificação para o mercado de trabalho. As tecnologias digitais são uma excelente alternativa para tentar estimular o aprendizado da Matemática, sendo os jogos digitais uma das abordagens mais adequadas à geração atual. No IMD, por meio de trabalhos de graduação, pós-graduação e projetos de inovação, pesquisas ocorrem com base no entrelaçamento da psicologia, design e pedagogia. A ordem é tratar as emoções dos indivíduos e o processo de aprendizado de uma forma equilibrada para permitir cativar os jovens ao mesmo tempo que eles aprendem, unindo o lado bom da indústria de jogos com o aprendizado tangencial”, salientou Charles Madeira. A explicação resume o que a empresa, formada no ano de 2020, oferece: uma plataforma de jogos online reunindo lições de matemática, em um ambiente interativo e instigante, capaz de engajar o usuário na busca por conhecimentos didáticos sobre a matéria.
A ideia da Game Mind, vem sendo amadurecida por meio da experimentação em diversos projetos, inclusive um último com financiamento da CAPES em 2019 no qual foi desenvolvido um jogo digital, chamado Pharos, com a participação de diversos bolsistas de graduação e pós-graduação, que consolidou a base para o modelo da plataforma da Game Mind. O Pharos foi premiado em 1º lugar no II Workshop de Inovação da CAPES, que aconteceu em novembro de 2019.
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